Jovens e adultos que não terminaram os estudos na idade certa e estudantes que moram na zona rural devem ser os(as) mais prejudicados(as)
O ano de 2025 ainda está começando e as notícias de ataques contra a educação pública do Paraná já começaram a circular. De acordo com uma lista compartilhada na internet, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e o secretário da Educação, Roni Miranda, decidiram fechar, a partir deste ano letivo, 28 instituições de ensino em várias regiões do estado.
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Jovens e adultos que não terminaram os estudos na idade certa e estudantes que moram na zona rural devem ser os(as) mais prejudicados(as). Na relação há 12 centros estaduais de educação básica para jovens e adultos (Ceebja), 11 escolas do campo e 5 escolas e colégios que funcionam no modelo tradicional.
As instituições de ensino mencionadas estão localizadas em 27 municípios diferentes. No Núcleo Regional de Educação (NRE) Área Metropolitana Sul, o mais atingido, quatro Ceebjas aparecem na lista. Nos NREs de Assis Chateubriand, Cornélio Procópio, Laranjeiras do Sul e Toledo, o fechamento deve atingir três escolas em cada regional.
Segundo a secretária executiva Educacional da APP-Sindicato, Margleyse Adriana dos Santos, a lista procede. Ela critica essa política e afirma que o objetivo da gestão Ratinho Jr. é cortar investimentos onde a população mais precisa para conseguir financiar o projeto neoliberal em curso, que prevê a distribuição do dinheiro da educação para empresários por meio privatizações e da compra de plataformas ineficazes.
“As informações que chegaram ao nosso conhecimento confirmam, mais uma vez, o desmonte que essa gestão está fazendo com a nossa educação pública. De acordo com dados do MEC, o Paraná tem o maior número de pessoas analfabetas da região sul do Brasil, mas ao invés de ampliar o acesso à educação, o governador Ratinho Jr. vai fechar 12 instituições que oferecem ensino gratuito, de qualidade e com horários flexíveis para essas pessoas”, diz.
Para a dirigente, o número de escolas do campo a terem o atendimento encerrado também é preocupante. Margleyse explica que essas instituições desempenham papel que vai além da oferta de ensino, pois fazem parte da vida e da manutenção das tradições das comunidades.
“Sem contar o transtorno na vida dos estudantes. Nós sabemos que, com o fechamento, muitos estudantes que têm a escola perto de casa vão ser obrigados a percorrer distâncias enormes de 20, 30 quilômetros, em estradas de terra mal conservadas e sem segurança, para estudar. O Ratinho Jr. não se importa com tudo isso porque ele governa para os ricos,” relata.
Margleyse explica que o sindicato tem feito a luta contra esse tipo de ataque e vai continuar mobilizando as comunidades escolares para fortalecer a resistência. A dirigente destaca que a APP-Sindicato tem acionado o Ministério Público e a Justiça para assegurar o direito à educação e impedir o avanço do desmonte do ensino público na rede estadual.
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